quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

NATAL DOS CIGANOS


Três dias de festaO intenso Natal dos ciganos
Não é novidade que a época de Natal é de festa, mas poucos a vivem tão intensamente como a comunidade cigana, para quem esta é a época mais importante do ano. Durante três dias, os ciganos dizem adeus às dietas e à tristeza e deliciam-se com os fartos manjares, que aprisionam as mulheres durante horas nas cozinhas, e cantam e dançam pela noite dentro. «Do dia 23 ao dia 25 há sempre festa em casa», afirma Maria Augusta Leonor. O Natal é tão importante que «passamos os dias a fazer comeres». Os preparativos começam já hoje, com o «amassar das filhóses», explica, acrescentando que «começam também as nossas palhaçadas».
Na noite da Consoada, o tradicional bacalhau cozido com couves e batatas é indispensável, assim como o bacalhau frito, a feijoada, conhecida por «guizo de Natal», e as frutas. O dia mais importante, o de Natal, e de aniversário de Maria Augusta Leonor, as mesas enchem-se com «cabrito assado e batata assada, carne guisada com batata cozida, as galinhas cozidas, o grão cozido com massa, as saladas de fruta e os pudins». Iguarias destinadas não só aos convidados, como também aqueles que querem aparecer. «Os ciganos andam de casa em casa, um bocado em cada mesa, a pedirem a benção ao cigano mais velho», elucida.
Uma festa que dá mais trabalho às mulheres que aos homens, garante Maria Augusta. «Para os homens é só para estarem a cantarem, a dançarem, a comerem os petiscos e a beberem as cervejas deles». Felizmente, para elas, os almoços não são tão importantes e, regra geral, comem-se os restos da noite anterior. Mas, «a partir do meio-dia e até à meia-noite ou uma da noite é sempre a comer e a beber». Quanto às cantigas, já se sabe, «coisas normais de ciganos».

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